Mine texto para teatro
“CHAPEUZINHO VERMELHO E O LOBO MAL”
(uma livre adaptação)
Personagens:
Narrador
Lobo mal
Mãe de Chapeuzinho
Comadre da mãe
Chapeuzinho
Primavera (amiga de Chapeuzinho)
Caçador 1
Caçador 2
Caçador 3
Príncipe
(uma livre adaptação)
Personagens:
Narrador
Lobo mal
Mãe de Chapeuzinho
Comadre da mãe
Chapeuzinho
Primavera (amiga de Chapeuzinho)
Caçador 1
Caçador 2
Caçador 3
Príncipe
Cena 1: Frente da casa de Chapeuzinho vermelho
Narrador: Em um bosque muito bonito, onde tudo era abençoado por Deus, morava uma linda menina conhecida por Chapeuzinho Vermelho. Ganhou esse apelido porque sempre que saia de casa, usava um capuz vermelho. Certo dia, quando Chapeuzinho brincava com uma amiguinha...
Lobo: (canta)
“Eu sou o lobo mal, lobo mal, lobo mal
E pego as criancinhas para fazer mingau
Hoje estou contente
Vai haver festança
Tenho um bom petisco
Para encher a minha “pança”
Narrador: Senhor lobo, quer bagunçar a história? Não ta vendo que essa ainda não é a sua cena e sim, da Chapeuzinho Vermelho!
Lobo: E eu não sei! Só vim me certificar se essa delícia de refeição vai mesmo pela floresta.
Narrador: Claro que vai. Não sabe que ela é muito desobediente. Que não faz o que a mãe dela manda.
Lobo: Isso é verdade. Eu adoro criancinhas desobedientes. Vêm todas pra a minha pança.
Narrador: Ta bom e chega de papo. Vá para a sua floresta que agora é a vez da Chapeuzinho. Anda!
Lobo: Fui!
Narrador: Agora sim, a história vai iniciar.
Mãe: Chapeuzinho!
Chapeuzinho: Já vou.
Mãe: Venha logo, Chapeuzinho!
Chapeuzinho: Já vou!
Mãe: Essa menina a cada dia ta mais desobediente. Venha logo, Chapeuzinho!
Comadre: Ela ainda ta brincando com a minha Primavera, comadre?
Mãe: Ta. Elas duas são muito unidas, não é comadre?
Comadre: Como nós somos. A Minha Primavera é tão sozinha. Acho muito bom quando venho aqui para que ela possa brincar um pouco com alguém.
Mãe: A minha menina também é muito só, comadre e acho muito bom quando a Primavera está brincando com ela. Venha aqui, Chapeuzinho! Não me faça de ouvido de mercador, sua mal ouvida. Venha aqui, menina!
Comadre: Ela ta tão mal ouvida, não é, comadre?
Mãe: É mimo que o pai bota demais e só sobra pra mim.
Comadre: Primavera!
Primavera: Sim, mamãe?
Comadre: Vamos embora. Pegue suas bonecas e vamos para casa.
Mãe: Tão cedo, comadre?
Chapeuzinho: É madrinha, ainda ta cedo. Deixa-me brincar mais um pouquinho com a Primavera.
Comadre: Chapeuzinho está muito desobediente e está merecendo um castigo. Ela só vai continuar brincando quando voltar a ser obediente com a mãe dela. Ela sabe muito bem que madrinha é a mesma coisa de mãe.
Primavera: Ainda não terminamos a brincadeira de cozinhado, e a de ninar as bonecas mamãe. Como é linda essa boneca de Chapeuzinho, mamãe.
Comadre: Você não escutou a sua mãe, minha afilhada. Passe pra dentro, lave as mãos e vá fazer o que a sua mãe vai dizer.
Chapeuzinho: Sim, senhora.
Mãe: Graças a Deus que você conseguiu comadre, porque eu já tava pra bater nessa menina.
Comadre: Nós já estamos de saída, comadre. Diga ao compadre que deixei um forte abraço. Vá qualquer dia desses lá em casa comer uma caça. O convite ta feito.
Mãe: Ta certo, minha amiga, e quando o seu compadre chegar eu darei o recado. Vá com Deus e cuidado com os lobos que existem por aí.
Comadre: Quem ta com Deus ta protegida comadre. Até logo.
Mãe: Não se esqueça de dar lembranças ao compadre!
Chapeuzinho: Já foram?
Mãe: Já, minha filha. Quando aparece alguém eu fico tão feliz, mamãe, a gente é tão só.
Mãe: E olha que você tem a mim e seu pai, mas imagine como deve se sentir a sua avó, não é mesmo?
Chapeuzinho: Deu-me saudades dela agora.
Mãe: Que tal você ir deixar uns docinhos pra ela?
Chapeuzinho: Ir sozinha? Agora?
Mãe: Sim, meu amor. Você vai pela estrada que é bem pertinho e não é perigoso. Vai dar tempo você ir e vir e esperar o seu pai chegar.
Chapeuzinho: Eu vou pela floresta que é mais perto.
Mãe: Nem pensar! Ouvir falar que lá mora um lobo muito mal.
Chapeuzinho: E quem tem medo de lobo mal? Eu sou forte e valente. Se ele vier me pegar, eu dou um grito e corro.
Mãe: Sei que você é a fortinha da mamãe, mas vá pela estrada que é mais seguro, ta certo, meu amorzinho?
Chapeuzinho: Certo, mamãe.
Mãe: Pegue esse cestinho com os docinhos e vá levar para a sua vovozinha. Vá com Deus e não sé demore.
Chapeuzinho: Já estou indo, mamãe. (canta)
Pela estrada a fora
Eu vou tão sozinha
Levar esses doces para a vovozinha
Ela mora longe e o caminho é deserto
E o lobo mal pode está por perto
Hoje à tardinha
O sol poente
Para a vovozinha levo um presente.
Sabe de uma coisa; vou pela floresta que é mais perto e de quebra vou comendo os docinhos que por sinal estão apetitosos e quando chegar lá digo que caiu no chão. É isso mesmo, vou entrar aqui nesse atalho da floresta.
Cena 2: Caçadores na casa de chapeuzinho
Caçador 1: Oh, de casa!
Mãe: Pois não, senhores?
Caçador 2: Estamos indo caçar na floresta e queremos um pouco d’água.
Caçador 3: A senhora pode nos arranjar?
Mãe: Pois não. Já tenho prontinho aqui. Pode levar.
Caçador 1: Muito agradecido estamos, nobre senhora.
Caçador 2: Quando voltarmos traremos uma caça para a senhora.
Caçador 3: Em forma de agradecimento.
Mãe: Os senhores fazem melhor se vigiarem a minha filhinha que foi levar uma cestinha de doces para a avozinha dela. Como ela é muito teimosa, acredito que ela tenha ido pela floresta, mas eu pedir muito que ela fosse pela estrada. Mas os senhores sabem como são essas crianças de hoje, muito teimosas.
Caçador 1: Ela foi pela floresta ou pela estrada, minha senhora?
Mãe: Espero que ela tenha ido pela estrada.
Caçador 2: Ainda bem.Porque na floresta tem um lobo muito mal.
Mãe: Ai, meu Deus do céu, proteja a minha filhinha!
Caçador 3: Não se preocupe minha senhora porque nós estamos indo agora caçar ele.
Caçador 1: Pois a senhora fique despreocupada. Muito obrigado pela água.
Caçador 2: Sua filhinha chegará aqui são e salva. Fique com Deus!
Caçador 3: Até a volta bondosa senhora.
Mãe: Vão com Deu, corajosos caçadores!
Cena 3: A floresta
Chapeuzinho: (canta alegremente)
Lobo: Bom dia linda menina!
Chapeuzinho: Bom dia, senhor.
Lobo: Não sabe quem eu sou?
Chapeuzinho: Claro que não, né moço. Se eu soubesse estaria lhe chamando pelo seu nome.
Lobo: Pra onde essa linda menina vai tão alegre? Nunca nessa floresta triste e sombria passou uma criança tão alegre assim.
Chapeuzinho: Pra que o senhor quer saber?
Lobo: É só curiosidade.
Chapeuzinho: Fofoqueiro. Até aqui na floresta tem curioso.
Lobo: E o que leva nessa cesta?
Chapeuzinho: Já vi que o senhor não vai parar de perguntar se eu não responder. Tudo bem. Estou indo para a casa de minha avó deixar essa cesta de docinhos para ela. Matei a sua curiosidade? Agora deixe- me ir, pois já estou muito atrasada. Adeus! (sai cantando).
Lobo: E eu que pensava que ia saborear só uma. Estou feito! Tenho pronto o almoço e o jantar. Vou pegar um atalho e chego à casa da vovó primeiro que ela. Almoço a vovó e janto a netinha (canta a música do lobo mal).
Cena da casa da vovó
Narrador: O lobo muito rápido correu até a casa da vovó de Chapeuzinho Vermelho. Muito rápido mesmo que até chegou muito suado. Enganou a vovó e engoliu-a inteirinha.
Vovó: Engoliu-me que nada. Só nessa sua cabecinha de narrador. Não ta vendo que nenhuma criança vai acreditar que um lobo engoliu uma pessoa inteirinha. É melhor o senhor não enganar a essa criançada. Vamos, fale a verdade.
Narrador: Mas vai ficar diferente.
Vovó: Tudo nessa história, desde o início já é diferente, seu moço. Estamos nos adaptando aos novos tempos pra ver se sobrevivemos. Vamos, estou esperando.
Narrador: Esperando o que?
Vovó: A verdade! Vamos, conte a verdade.
Narrador: Tudo bem. Continuando; enquanto o lobo escondeu a vovozinha para saboreá-la junto com a netinha, ele se disfarçava de vovozinha para enganar Chapeuzinho vermelho.
Vovó: Chapeuzinho é muito esperta e não vai me confundir com isso aí fantasiado da avó dela.
Narrador: Amordace a vovó, seu lobo! Eu não agüento mais ela se metendo e quebrando a magia da historia.
Lobo: Mais ela tem razão.
Vovó: Ta vendo.
Narrador: Como assim?
Lobo: Essas crianças não se iludem com essas historias fantasiosas onde um lobo engole uma pessoa inteirinha e quanto à pestinha que se veste de vermelho, eu a encontrei na floresta, e ela me provou que é muito esperta, e não vai engolir essa de vovó com cara de lobo.
Narrador: E agora, meu Deus, o que irei dizer?
Vovó: Sim, e agora?
Lobo: Vou seguir o seu conselho, seu narrador; amarrarei a vovó.
Vovó: não aperte muito, pois eu sou muito fraquinha.
Narrador: Muito bom. Assim ela não atrapalhará mais o rumo da história.
Lobo: Vovó amordaçada. E agora, em que eu irei me disfarçar?
Narrador: De mordomo!
Lobo: Quem já viu um mordomo numa casinha no meio da floresta. Só o senhor mesmo para ter uma idéia absurda dessa.
-Ao longe se escuta Chapeuzinho cantando.
Narrador: Ela está chegando, e agora?
Lobo: Você é o narrador da história, se vire.
Narrador: Tudo bem. A saltitante Chapeuzinho Vermelho quando chega na casa de sua avozinha, se depara com um médico!
Lobo: Um médico?
Narrador: Geriatra, ainda mais.
Chapeuzinho: Vovozinha!
Lobo: Entre minha netinha.
Chapeuzinho: Netinha? Ah.. Quer dizer que a danadinha da vovó arranjou um namorado e não disse nada lá em casa. E a mamãe tão preocupada com ela por está tão só no meio dessa floresta. Conheceram-se pela net?
Lobo: Não é isso, garotinha, é que eu sou médico e a sua avó...
Chapeuzinho: Não me diga! A vovó morreu e o senhor estava querendo preparar a família. Socorro! Socorro, meu Deus! Ajudem-me! A vovó morreu!
Lobo: Calma, mocinha, não é bem isso.
Chapeuzinho: Tenho que ir correndo pra casa para providenciar velório, carro de som para divulgar o enterro. Vai se um baque pra a minha mãe.
Lobo: Calma garotinha! Eu não sou médico coisa nenhuma.
Chapeuzinho: Céus! A história está ficando cheia de suspense.
Lobo: Também não sou namorado de sua avó.
Chapeuzinho: De cara da pra saber que vovó não ia ter um mau gosto desses. Um cara com essas orelhas enormes, uns olhos grandes que mais parece um farol e uma boca... Enorme.
Lobo: Que é pra te engoli, garotinha!
Chapeuzinho: Socorro!
Lobo: Pode gritar garotinha que ninguém vai te ouvir.
Chapeuzinho: Socorro, um dentista pra esse cara que ta com a boca que é só cárie e um hálito que é de matar.
Lobo: Pode gritar garotinha1 Fique com muito medo porque eu vou te engoli!
Chapeuzinho: Ta tudo bem.
Lobo: Tudo bem o que?
Chapeuzinho: Engula a minha mão que eu quero ver.
Lobo: Como assim?
Chapeuzinho: Eu aposto que no meu próximo grito, aparecerão três caçadores que me salvarão de você e ainda vão abrir a sua barriga para procurar a minha vovó.
Lobo: (rir) Você é engraçada, garotinha indefesa!
Chapeuzinho: Indefesa, é? Pois preste atenção; Ai.
Narrador: Com o grito da aflita Chapeuzinho...
Chapeuzinho: Aflita, eu?
Narrador: Atendendo ao pedido de socorro, entram os três valentes caçadores!
Lobo: Céus! Não é que ela tinha razão.
Chapeuzinho: Por favor, destemidos caçadores, abram a barriga do temível lobo e salvem a vovozinha.
Caçador 1: Agora mesmo, indefesa Chapeuzinho!
Lobo: Indefesa?
Caçador 2: Vamos salvar a vovó enquanto é tempo.
Caçador 3: Vamos abrir a barriga desse feroz lobo!
Caçador 3: Tem certeza que ele a engoliu?
Lobo: Calma pessoal, que a vovó ta amordaçada ali atrás. Não é necessário me abrir.
Vovó: Obrigado, meus filhinhos.
Mãe: Minha filhinha!
Chapeuzinho: O que a senhora ta fazendo aqui, mamãe?
Vovó: Deve ter sido o coração de mãe avisando perigo.
Caçador 1: Nós não encontramos a Chapeuzinho na estrada, mas escutamos gritos e viemos correndo pra cá.
Caçador 2: Para nossa sorte, encontramos o lobo feroz.
Caçador 3: Pronto para atacar.
Lobo: Por favor, seus caçadores, me prenda, porque eu não agüento mais essa menina.
Narrador: Os caçadores levaram o velho lobo preso e Chapeuzinho ficou feliz a cantar junto com a sua mãe e a sua avozinha.
“Quem tem medo do lobo mal, do lobo mal, do lobo mal (bis).
Juscio Marcelino
26 de maio de 2008
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